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Por mim, nos estatutos seria proibido o presidente ser remunerado, da mesma forma que ninguém podia ser presidente do clube e da SAD ao mesmo tempo.
Se alguém quiser ser presidente, que seja financeiramente-independente, e entregue a gerência da SAD a quem percebe de futebol.
Já seria um bom principio para termos alguém que defendesse de verdade o clube e tivesse a independência suficiente, nem que fosse para se demitir quando já se achasse a mais...
Agora com presidentes do clube e da SAD ao mesmo tempo e com remunerações de luxo, nunca teremos garantias do clube estar a ser defendido de verdade. Com Bruno de Carvalho temos um culto-de-personalidade, e só lhe interessa manter o emprego por mais 4 anos. Acho que é tão evidente, que só um cego não vê...
Naturalmente que um presidente da SAD teria que o ser a tempo inteiro e remunerado.
Mas tendo o Sporting (ainda) a maioria da SAD, com um presidente financeiramente-independente, este seria uma figura de "estado", digamos assim. Uma figura com legitimidade para tirar e pôr um determinado dirigente dentro de uma SAD, sem que pudesse interferir directamente na gestão do futebol e da SAD presidida pela pessoa por si escolhida.
Por exemplo: o presidente da República é o máximo representante do país, mas não é ele quem governa. Todavia, tem legitimidade para destituir um Primeiro-ministro. Quem governaria, neste caso, seria o presidente da SAD.
O presidente apenas teria que acautelar se os verdadeiros interesses do Sporting estariam a ser defendidos. E para que tivessemos essa "certeza", o presidente não podia ser remunerado nem lhe seria exigido que lá estivesse a tempo inteiro. Logo, teria que ser alguém financeiramente-independente, para que não houvesse o risco de termos candidatos oportunistas em tempos de crise (que é quando as massas estão mais vulneráveis para ouvir os chamados "banhas-da-cobra").
Vejamos a fórmula que nos levou ao título na época de 1999-2000: José Roquette não sendo um homem do futebol, preferiu entregar a SAD a alguém que tinha experiência na área, neste caso, a Luís Duque.
Não deixando José Roquette de ter sido importante noutros sectores, nomeadamente a nível estrutural e de representação do clube.
Em suma:
O presidente do clube teria que ter história a vários níveis: currículo, dinheiro, e uma dedicação a 100% sem querer nem poder receber nada em troca; e nunca podendo exercer a função de presidente da SAD. Presidente da SAD esse, que seria escolhido pelo presidente do clube, ou teria um maior peso na sua escolha, pois o Sporting Clube de Portugal embora detenha a maioria da SAD, não está naturalmente sozinho dentro da sociedade.
O presidente da SAD seria um homem com passado no futebol, remunerado e a tempo inteiro, não deixando de ter o escrutínio de quem tem a maioria da SAD a que preside: o presidente do clube.
Isto não iria pôr em causa a democracia dentro do Sporting. Cada macaco no seu galho, e o presidente serve precisamente para administrar, e não tem que gerir de forma directa todos os sectores do clube. Tem é que saber rodear-se das pessoas certas para os lugares certos.
Se no final do mandato a equipa administrada pelo presidente do clube não estivesse a corresponder às espectativas, os sócios poderiam perfeitamente eleger outro presidente, naturalmente...
Escrevo este artigo, pois parece-me que apesar da criação da SAD, o Sporting não se soube suficientemente blindar contra pára-quedistas.
Ou alguém julga que um jovem desempregado que não se conhece o seu passado teria sequer hipóteses de ser candidato nestas circunstâncias?
Basicamente, o Sporting precisa que hajam sportinguistas que apresentem as suas ideias e os seus projectos, estando o clube completamente blindado contra projectos pessoais através do Sporting.
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